
Como comprar um apartamento sem entrada ainda é uma dúvida comum para muitas pessoas que sonham com a casa própria, mas não têm o valor necessário para o pagamento inicial. Embora pareça algo distante, essa possibilidade existe e pode ser colocada em prática com o planejamento e as estratégias certas.
Neste artigo, você vai entender como funciona esse processo e quais alternativas estão disponíveis para viabilizar esse tipo de compra. Além disso, vamos apresentar 9 dicas práticas para ajudar na realização desse objetivo de forma segura e sem apertos financeiros.
É possível comprar apartamento sem entrada?
Sim, é possível comprar um apartamento sem entrada. No entanto, essa opção exige atenção redobrada aos critérios exigidos pelas instituições financeiras, à modalidade de crédito escolhida e ao impacto das parcelas no seu orçamento.
A entrada costuma ser solicitada como uma forma de reduzir o risco da operação para o banco ou incorporadora. Mas com algumas alternativas de financiamento, como o consórcio imobiliário e programas habitacionais, é viável eliminar esse valor inicial ou diluí-lo ao longo das parcelas.
1. Consórcio imobiliário: alternativa sem pagamento inicial
O consórcio imobiliário é uma das soluções mais eficazes para quem busca comprar apartamento sem entrada. Essa modalidade funciona como uma união de pessoas com o mesmo objetivo: adquirir um imóvel.
Cada integrante contribui mensalmente com um valor definido e, a cada mês, um ou mais participantes são contemplados com a carta de crédito, por meio de sorteios ou lances.
A principal vantagem do consórcio é que ele dispensa a entrada e não tem juros, o que o torna mais acessível do que o financiamento tradicional.
2. Programas habitacionais do governo
Os programas habitacionais são iniciativas governamentais que facilitam o acesso à moradia, especialmente para famílias de baixa renda. O Casa Verde e Amarela, por exemplo, substituiu o antigo Minha Casa Minha Vida e oferece subsídios para a compra do primeiro imóvel, podendo reduzir significativamente, ou até eliminar, o valor de entrada.
Esses programas avaliam critérios como:
- Faixa de renda familiar mensal
Localização do imóvel - Uso do imóvel como residência principal
Além do subsídio, também é possível obter taxas de juros reduzidas e prazos estendidos para pagamento, o que torna o compromisso mais leve para o comprador.
É essencial consultar os requisitos atualizados no site do governo ou com uma instituição parceira, já que as condições podem variar conforme a cidade, faixa de renda e tipo de imóvel.
3. Uso do FGTS como complemento
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um dos maiores aliados de quem quer comprar um imóvel, especialmente sem dispor de recursos próprios para a entrada. Ele pode ser utilizado de diversas formas:
- Como entrada na compra do imóvel
- Para amortizar ou quitar parcelas do financiamento
- Como pagamento complementar ao valor do imóvel
Para isso, o comprador deve atender a critérios básicos, como não possuir outro imóvel residencial no município onde reside ou trabalha e não ter utilizado o FGTS nos últimos dois anos para fins semelhantes.
Quando o saldo do FGTS é suficiente, é possível substituir integralmente o valor da entrada, tornando o processo de compra mais acessível. É uma forma estratégica de usar um recurso já acumulado em benefício próprio, sem gerar endividamento adicional.
4. Negociação direta com a construtora
Negociar diretamente com a construtora pode ser uma excelente forma de financiar apartamento sem entrada, especialmente no caso de imóveis na planta. Isso porque as empresas costumam ter mais flexibilidade para fechar negócios, principalmente nos períodos de pré-lançamento ou lançamento de empreendimentos.
É possível:
- Diluir a entrada no valor total das parcelas
- Obter descontos progressivos com pagamento à vista de parte das prestações
- Utilizar outros bens como parte da negociação
Essa abordagem também permite negociar carência para início do pagamento ou condições especiais de financiamento direto, sem intermediários. Além disso, construtoras podem oferecer unidades com descontos exclusivos para desova de estoque, o que reduz o valor do imóvel e, por consequência, o valor da entrada.

5. Parcelamento da entrada
Embora não elimine a entrada, o parcelamento do valor de entrada é uma alternativa realista e comum no mercado imobiliário. Nesse modelo, o comprador negocia com a construtora ou incorporadora a divisão do valor de entrada em diversas parcelas mensais, que são pagas antes da assinatura do contrato definitivo ou junto às parcelas da obra.
Esse tipo de acordo tem vantagens claras:
- Facilita o acesso ao imóvel sem comprometer todo o orçamento
Evita a necessidade de empréstimos de curto prazo - Permite melhor planejamento da aquisição
Normalmente, o parcelamento da entrada é aplicado em imóveis novos ou na planta. O importante é garantir que o valor das parcelas caiba no orçamento e que todos os termos estejam formalizados em contrato.
6. Troca por outro imóvel ou veículo
A permuta imobiliária é uma prática cada vez mais comum no setor da construção civil. Nesse modelo, o comprador oferece outro imóvel, terreno ou até mesmo um veículo como parte do pagamento, eliminando ou reduzindo o valor que seria destinado à entrada.
Essa alternativa é vantajosa tanto para o comprador, que não precisa desembolsar um valor em dinheiro de imediato, quanto para a construtora ou vendedor, que pode aceitar o bem como capital.
É fundamental que o bem oferecido em troca:
- Esteja em bom estado e com documentação regularizada
- Passe por avaliação profissional de valor de mercado
- Tenha liquidez ou possibilidade de uso pela empresa
Essa forma de negociação exige atenção aos detalhes contratuais e à aceitação do bem por parte do vendedor, mas pode ser uma solução eficiente para viabilizar a compra de um apartamento sem entrada.
7. Parcelamento via financiamento total
O financiamento de 100% do valor do imóvel é raro, mas não inexistente. Algumas instituições financeiras públicas ou privadas oferecem essa opção para perfis específicos de cliente, como servidores públicos ou clientes com alto score de crédito.
Neste formato, não é exigido nenhum valor de entrada. No entanto, o risco da operação é maior para o banco, o que pode gerar:
- Taxas de juros mais altas
- Análise de crédito mais rigorosa
- Possibilidade de exigência de garantias adicionais
É uma solução válida para quem tem estabilidade financeira, comprovação de renda sólida e deseja adquirir o imóvel com rapidez, mas exige atenção redobrada aos custos de longo prazo.
8. Imóveis com entrada subsidiada por programas privados
Alguns bancos, incorporadoras e instituições financeiras criam programas privados com foco em facilitar a entrada do imóvel. Essas ações promocionais são direcionadas, geralmente, para lançamentos imobiliários ou campanhas sazonais, como feirões de imóveis.
Entre os modelos mais comuns, destacam-se:
- Subvenção parcial ou total da entrada
- Ofertas com cashback para entrada futura
- Bonificações para pagamentos antecipados
Essas campanhas têm prazo de validade e são limitadas a empreendimentos específicos, por isso, é essencial acompanhar os canais oficiais das empresas e conversar com corretores especializados.
Além disso, o comprador deve analisar as condições com atenção, já que em alguns casos, o desconto na entrada pode ser compensado com aumento no valor total do imóvel ou encargos maiores nas parcelas.
9. Planejamento financeiro é essencial
Independentemente da opção escolhida para comprar apartamento sem entrada, a base de tudo está no planejamento financeiro consciente. Comprar um imóvel é uma conquista significativa, mas também um compromisso de longo prazo que exige estabilidade.
É importante:
- Conhecer a fundo a própria realidade financeira
- Reservar parte da renda mensal para emergências
- Evitar comprometer mais de 30% da renda com as parcelas
- Simular diferentes cenários de aquisição e financiamento
Ter clareza sobre os custos adicionais (como escritura, registro e ITBI), além das despesas fixas como condomínio e IPTU, também é parte do processo.
Um bom planejamento permite aproveitar as oportunidades certas, fazer escolhas com mais segurança e conquistar o imóvel próprio sem comprometer o bem-estar da família.
E então?
Agora que você entendeu como comprar um apartamento sem entrada, fica claro que há várias alternativas possíveis, desde o uso do FGTS até o consórcio imobiliário. O importante é analisar cuidadosamente cada opção e tomar uma decisão alinhada com seus objetivos e sua capacidade de pagamento.
Com organização, informação e estratégia, esse sonho pode se tornar realidade — mesmo que você ainda não tenha o valor da entrada em mãos.